Trabalhar no Japão é o objetivo de muitos brasileiros. Mas para isso acontecer de forma legal e segura, é necessário compreender como funcionam os diferentes tipos de visto, as permissões de trabalho e os caminhos possíveis conforme o perfil de cada candidato. Este artigo explica esses pontos com profundidade, de forma técnica e objetiva.
A Japan Quest é o departamento de intercâmbio do Programa Japonês Online, a maior escola de japonês do Brasil. Nosso foco é ajudar quem deseja estudar no Japão, mas parte da nossa missão é também esclarecer com clareza o funcionamento do sistema de vistos — inclusive para quem deseja trabalhar no país futuramente.
O que permite uma pessoa trabalhar no Japão
No Japão, o visto define legalmente o que o estrangeiro pode ou não fazer. Para exercer qualquer atividade remunerada, é necessário ter um visto com permissão de trabalho emitido pelo governo japonês.
- O visto de turismo não permite trabalhar.
- O visto de estudante (留学ビザ / Ryūgaku Visa) permite trabalhar até 28 horas por semana, com autorização da imigração, em regime de meio período (arubaito).
- Os vistos de trabalho (就労ビザ / Shūrō Visa) são concedidos para estrangeiros já contratados por uma empresa japonesa. A empresa deve providenciar a emissão do Certificado de Elegibilidade para Status de Residência (在留資格認定証明書 / Zairyū Shikaku Nintei Shōmeisho), antes mesmo da entrada no país.
O Japão possui diversas categorias de vistos de trabalho. Os mais comuns são:
- Engenheiros / Especialistas em Humanidades / Serviços Internacionais (技術・人文知識・国際業務 / Gijutsu, Jinbun Chishiki, Kokusai Gyōmu) Para profissionais de TI, engenheiros, tradutores, especialistas em negócios internacionais etc. Exige formação superior ou experiência equivalente (mínimo de 3 anos).
- Profissional Altamente Qualificado (高度人材ビザ / Kōdo Jinzai Visa) Sistema baseado em pontuação que considera formação acadêmica, salário, publicações e outros fatores.
- Transferência Intraempresarial (企業内転勤 / Kigyōnai Tenkin) Para funcionários transferidos de filiais estrangeiras para a matriz no Japão.
- Trabalho Específico (特定技能 / Tokutei Ginō) Para setores com escassez de mão de obra, como cuidados com idosos, construção civil, agricultura, etc.
Para informações completas e atualizadas sobre os tipos de visto, acesse: https://www.moj.go.jp/isa/applications/status/index.html
Situação dos descendentes de japoneses e cônjuges
Pessoas com vínculo familiar com japoneses podem aplicar para categorias de visto que também permitem trabalhar legalmente no Japão:
- Visto de Residente de Longo Prazo (定住者ビザ / Teijūsha Visa) Concedido a descendentes de japoneses até a terceira geração, ou em situações familiares específicas. Permite trabalhar em tempo integral sem restrição de área.
- Visto de Cônjuge de Japonês (日本人の配偶者等ビザ / Nihonjin no Haiguusha-tō Visa) Para estrangeiros casados com cidadãos japoneses. Também permite residência e trabalho em qualquer setor.
Esses vistos são baseados no vínculo familiar e não exigem oferta de emprego prévia.
É possível ser contratado do Brasil por uma empresa japonesa?
Sim, desde que o candidato possua ensino superior completo (bacharelado ou licenciatura) e atenda aos critérios exigidos por uma empresa japonesa. Essa contratação acontece ainda com o candidato no Brasil, e a empresa solicita o Certificado de Elegibilidade para Status de Residência (在留資格認定証明書 / Zairyū Shikaku Nintei Shōmeisho) junto à imigração japonesa.
Esse caminho é viável, mas restrito a profissionais com formação sólida, experiência comprovada, e, muitas vezes, fluência em japonês. Áreas como tecnologia, engenharia e pesquisa científica têm maior demanda por estrangeiros qualificados.
Estudar japonês no Japão como porta de entrada para o mercado de trabalho
Para quem ainda não atende aos critérios de contratação direta, uma alternativa viável é iniciar a jornada no Japão como estudante, com o visto de estudante (留学ビザ / Ryūgaku Visa).
Durante o período de estudos, o aluno pode trabalhar até 28 horas por semana em regime de arubaito, enquanto aprende o idioma, conhece a cultura local e constrói uma base sólida para buscar oportunidades profissionais no futuro.
Após alcançar um bom nível de japonês e ser contratado por uma empresa, é possível solicitar a mudança de status de residência para um dos vistos de trabalho citados anteriormente, desde que cumpridos os requisitos legais.
Onde buscar informações confiáveis
Estudar os sites oficiais do governo japonês é o melhor caminho para entender o processo corretamente:
- Agência de Imigração do Japão (ISA) Traz informações detalhadas sobre categorias de visto, requisitos e processos.
- Consulado Geral do Japão em São Paulo – Vistos Explica os trâmites para brasileiros solicitando visto para estudo, trabalho, cônjuge ou permanência.
Evite blogs, fóruns ou vídeos não oficiais. As leis migratórias mudam com frequência, e apenas os sites institucionais garantem informações atualizadas.
Conclusão
Trabalhar no Japão exige planejamento e clareza sobre o caminho escolhido. Para quem já tem formação acadêmica, qualificação técnica e uma empresa interessada, a contratação direta é possível. Para quem está começando agora, o intercâmbio com visto de estudante é uma excelente forma de iniciar a jornada e se preparar com consistência para entrar no mercado japonês no futuro.
A Japan Quest atua como ponte nesse processo. Nossa missão é ajudar o candidato a entender todas as etapas com profundidade — mesmo quando o objetivo final for trabalhar no Japão.