Não, não é preciso ser descendente de japoneses para fazer intercâmbio no Japão. Essa é uma dúvida comum — e compreensível. Durante muito tempo, a imagem do brasileiro no Japão esteve associada exclusivamente aos descendentes. Mas isso tem explicação.
Entender a dinâmica dos vistos e da imigração japonesa ajuda a separar o que é mito do que é regra. E principalmente: mostra que existem outros caminhos — como o visto de estudante — que são viáveis, legais e acessíveis, mesmo para quem não tem nenhuma ascendência japonesa. É sobre isso que vamos falar neste artigo.
Por que associamos morar no Japão à descendência japonesa
No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, o governo japonês promoveu uma abertura para imigração de descendentes de japoneses nascidos no exterior, especialmente de países como o Brasil e o Peru.
Essa política tinha um objetivo prático: suprir a escassez de mão de obra em fábricas e setores industriais do Japão. Para isso, foi criada uma categoria de visto de trabalho específica para descendentes de japoneses até o terceiro grau — ou seja, filhos (nissei), netos (sansei) e, em alguns casos, até bisnetos. Além disso, os cônjuges desses descendentes também puderam aplicar para o mesmo tipo de visto. Cônjuge, no caso, significa ser casado oficialmente com alguém que é descendente.
É aí que entram os termos nissei, sansei, etc. Essas palavras vêm do japonês e indicam a geração do descendente:
- Nissei (二世): segunda geração — filhos de japoneses
- Sansei (三世): terceira geração — netos de japoneses
- Yonsei (四世): quarta geração — bisnetos (esses já não têm mais direito automático ao visto, salvo exceções)
Com essa abertura, o Japão recebeu uma onda de imigração brasileira. Estima-se que mais de 210 mil brasileiros descendentes (ou cônjuges de descendentes) tenham migrado para o Japão nas décadas seguintes. A maioria foi trabalhar em fábricas e setores de produção, se concentrando em regiões que formaram grandes comunidades brasileiras.
Esse movimento moldou o imaginário coletivo. Até hoje, muitas pessoas acham que morar no Japão é algo reservado a quem tem “sangue japonês”. E como muitos dos conteúdos que existem na internet são produzidos por descendentes que passaram por esse processo, fica difícil encontrar informações claras para quem não é descendente.
O resultado disso é a perpetuação de um mito: o de que só é possível viver no Japão sendo descendente. Isso não é verdade — mas para entender como funciona, é preciso sair da superfície e compreender o panorama real dos vistos e das possibilidades legais de entrada no país.
Sim, é possível ir ao Japão sem ser descendente — e o caminho é o estudo
A forma mais acessível e estruturada de ir ao Japão sem ser descendente é com o visto de estudante. Esse visto é concedido para estrangeiros que vão ao país para estudar japonês em escolas especializadas no ensino da língua para estrangeiros.
Esse tipo de intercâmbio não exige ascendência japonesa, nem vínculo familiar. Qualquer pessoa de qualquer nacionalidade pode aplicar, desde que cumpra os requisitos básicos do programa e comprove a intenção real de estudar.
O processo é formal, com emissão de documentação, comprovação financeira e aprovação da escola no Japão. Tudo dentro das exigências do governo japonês.
Esse modelo tem algumas grandes vantagens: é menos burocrático que outras modalidades, tem alto potencial de continuidade (como ingresso posterior em universidades, escolas técnicas ou mercado de trabalho) e oferece imersão real na cultura japonesa desde o primeiro dia.
O que a Japan Quest faz nesse processo
A Japan Quest é uma agência educacional especializada nesse tipo de intercâmbio. Somos o departamento de intercâmbio do Programa Japonês Online — a maior escola de japonês do Brasil.
Nosso papel é acompanhar o aluno em todas as etapas: desde os estudos iniciais do idioma, passando pela escolha da escola no Japão, até o preparo da documentação e o suporte pós-embarque.
Isso significa que mesmo sem ter nenhum vínculo familiar com o Japão, você pode viver essa experiência. Com planejamento, estudo e o suporte certo, qualquer brasileiro pode construir um caminho legítimo para estudar e viver no Japão.
Conclusão
Você não precisa ser descendente de japoneses para estudar no Japão. Esse é um mito que vem sendo perpetuado há décadas, mas que não representa mais a única realidade possível.
Hoje, existe um caminho acessível, legal e estruturado: o estudo da língua japonesa, com visto de estudante, acompanhamento educacional e suporte completo.
Se esse é o seu objetivo, o caminho existe e está bem definido. E nós estamos aqui para ajudar a tornar isso possível.